sábado, 25 de dezembro de 2010

O Natal

Essa data às vezes me é estranha. O motivo disso é muito claro para mim. Ao que parece quando chega esse dia - cuja única explicação que encontro para o que acontece é magia - todos são imbuídos de sentimentos grandiosos de amor, compreensão e bondade. Sinto que o mundo inteiro parece sentir em seus corações a alegria que lhes fugiu durante o ano, os fazem conciliar problemas difíceis.
Esse dia parece ser dedicado a união, ainda que nem todos se unam. Um dia dedicado a paz, ainda que nem todos estejam em paz. um dia dedicado ao amor, ainda que nem todos saibam amar. Só que nesse dia tudo parece ser possível, talvez pelo fato de se estar junto, talvez por receber mensagens otimistas ou até mesmo por receber apenas um telefonema.
Esse dia tem um cheiro doce, e ainda que chova parece ter uma luz infinita que se impõem sobre a escuridão, que lava nossa alma das impurezas ou ao menos as escondem, e por vinte e quatro horas somos afáveis ainda que xinguemos. Saudosos do passado melhor e ainda viventes do presente e aspirantes a um futuro próximo e outro distante. Esse dia parece nos preparar para o Ano Novo, e essas datas em conjunto formam uma paz de espírito que ioga nenhum seria capaz de dar. Acho que é por isso que as pessoas desejam Boas Festas, porque sem nem mesmo música se torna uma festa.
Por isso eu gostaria de desejar o de sempre, mas é o de sempre do meu jeito único, do único jeito que posso dizer. Muitas realizações, muita paz, muito "tudo de bom".
Enfim, um Feliz Natal!

Imagem retirada do site ops

sábado, 18 de dezembro de 2010

Mais uma de estupor



Não espero que ouçam
Gritos em gargantas fechadas
Sorrisos
Em lábios cerrados
Alma
Em olhos apagados.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um pequeno caminho



Me soltem, me deixem
O mundo me assusta
Me largue, sou diferente
Não fico assim pelas ruas

Meu modo é vagaroso
Me atrapalho em pedregulhos
Faço um trajeto tortuoso
Mas é o meu caminho

Então me largue
Me deixe assim quietinho
Corra para sua estrada
Eu ficarei,
Crescerei aos pouquinhos.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A cerâmica


Ele era o homem mais rude daquela cidade, todos o conheciam, mas poucos chegavam perto. Apenas um o fazia, apenas esse tinha coragem e era autorizado a se aproximar.
Naquele dia o senhor Sérgio estava cabisbaixo, diferente da maioria dos dias em que sempre estava altivo e com ar de superioridade. O rapazinho então se aproximou,sentou-se junto a ele na escadinha da varanda em que sempre conversavam. Ficou em silêncio durante algum tempo, esperava que como sempre Sérgio tomasse a iniciativa e viesse dar-lhe mais uma lição de vida que ele aprendera durante os "longos e sofridos anos" que vivera. Contudo aquele dia parecia mesmo diferente. Sérgio não disse nada, apenas se manteve olhando para o chão.

-Boa tarde, senhor Sérgio!! Está tudo bem como senhor??

O menino falou com tom suave, para não sofrer uma daquelas más respostas que ganhava vez ou outra nos dias de mau humor do senhor de meia-idade.

-Boa tarde, rapaz!!

Mais alguns instantes de silêncio. Parecia mesmo que Sérgio não ia dizer nada. Arriscando tomar uma má resposta o rapaz provocou-o.

- Senhor Sérgio, não vai me contar mais nada de seus "longos e sofridos anos"?

Sérgio olhou-o, mas em seus olhos não estava a superioridade costumeira.

- Hoje não, meu rapaz. Hoje lhe direi de algo que não aprendi. Talvez tenha feito que eu vivesse os meus longos e sofridos anos. Enquanto o esperava para nossa conversa eu olhei para o chão. Sabe, eu não olho para o chão sempre. Gosto da altivez, olhar o horizonte que levam os nossos sonhos.

O rapaz estava assustado. Sérgio parecia mesmo tocado com algo. Ele apenas se manteve em silêncio, atento às palavras do homem.

- Pois então, hoje eu olhei para o chão, eu percebi que essa cerâmica que está na minha escada é cheia de pontinhos, pontinhos esses que não me deixam cair quando está molhado. Isso é muito bom, porque um homem da minha idade, se cair...bem, você sabe. É provável que eu fique com alguma parte do corpo quebrada.
- É verdade....
- Não terminei ainda. Só me escute!
- Me desculpe...
- Tudo bem! Mas então, ainda olhando para essa cerâmica eu vi que os mesmos pontinhos que não me deixavam cair quando estão molhadas são os pontinhos que fazem com que a sujeira se agarre e a faça ficar cada vez mais feia e mais grossa. Vai aos poucos perdendo o seu brilho por causa desse lodinho verde que cresce nela.

O rapazinho estava escutando, mas até agora não tinha entendido nada. Sérgio não era um homem que se prestava a observar esse tipo de coisa. Ele sempre falava do horizonte, de onde os sonhos podiam levar-lhe. O que, na verdade, era uma mentira, porque ele jamais saiu daquela pequena cidade, sempre esteve sozinho e tinha poucos amigos.

- Acho que não te compreendi, senhor!

Sérgio sorriu. Ficava estranho em sua face aquele gesto bonito, mas por um instante a beleza permitiu-o ficar como alguém que tinha simpatia.

- Quando eu namorava. A minha última namorada na verdade. Ela era linda, e meu amor por ela era minguado como a lua. Mas ela me amava, me amava tanto que sofria com meu jeito. Nós terminamos aqui mesmo. Nessa porta, nessa escadinha. Naquela época isso era concreto, mas se assemelhava em muita coisa com essa cerâmica. Enquanto ela terminava comigo, ela olhava para o chão. A última frase que ela disse para mim foi como uma maldição. Ela disse: " Você é como a escada de sua casa.A diferença é que a escada ainda tem jeito.". Na época eu não entendi nada, me pareceu uma coisa tão idiota. Uma burrice infantil da parte dela. Mas hoje, quando olhei para o chão eu a entendi. Eu jamais havia olhado para a minha escada e por isso eu não cuidei dela. Eu jamais deixei que alguém olhasse para mim, portanto ninguém cuidará de mim também.E a cada dia que passar a sujeira vai se agarrando em mim e na cerâmica.Ficamos ,a cada 24 horas, mais feios e sem brilho.

Ele ainda estava com um sorriso no rosto. O rapaz achou estranho, pois ele estava triste por Sérgio.

- Tudo bem, rapaz, vá cuidar da porta de sua casa.

Sérgio levantou-se e entrou para sua casa.

Imagem retirada do Blog Bueno

sábado, 11 de dezembro de 2010

Esse estar contínuo..

As frases estão resumidas
Pensamentos incompletos
Pouco sei o que fazer
Talvez saiba o que quero

Um abraço...
Apenas um abraço e um silêncio acolhedor

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Blogagem Coletiva:Como se diz eu te amo?


Como dizer eu te amo!

É incrível como é difícil escrever sobre esse assunto. Talvez só se equipare em como é difícil dizer essas palavras. Há uma grande história debaixo dessas três palavras, imagino-as como um grande tapete onde se escondem as belíssimas cenas de filmes que nos mostram, cenas perfeitas onde um amor se encontra e os dois podem dizer que compartilham de um mesmo sentimento. Vejo as histórias de princesas que apenas esperam pelos seus príncipes perfeitos que as livrarão de todo o mal. E esse tapete se esconde em nossos porões. Muitos de nós temos medo de abrir a grande sala e deixar que as histórias nos inspirem, outros muitos acham que as histórias vão ser reais, e ainda muitos outros que se tornam histórias.

Hoje eu me pergunto como dizer tais palavras, se preciso verbalizá-las, se preciso desenhá-las em um grande muro. Talvez sim. Mas simplesmente não sei, não sei se terei coragem de abrir o porão, não sei se meu coração está pronto para o impacto. Porque antes de dizer “Eu te amo” a alguém é necessário que diga a você mesmo, é necessário que diga ao mundo inteiro para só então você abrir mão de tudo para um novo pequeno mundo que é a pessoa para qual você entregou essas três pequenas palavras. Não há uma receita como sempre, acho que a única dica para que aconteça é que sinta a chama brotar de seu coração, como uma vontade que sobe pelo corpo e necessita se exteriorizar em grandes pequenas palavras “EU TE AMO”.


Minha primeira blogagem coletiva! xD...Espero que o texto esteja bom. Essa foi uma proposta dos blogs Diário de uma psicóloga e Acolhendo com amor. Achei muito instigante o tema. Boa proposta! Espero participar de mais

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O coração do mundo

Não mais um coração pulsante
Um átrio. Um ventrículo.
Um átrio. Um ventrículo.
Divergentes, não unidos
....................................
....................................................
........................INFARTO.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Quem entende?

- Você não gosta de sair, não é?
- Não. Não precisa nem me chamar. Não gosto de festas, nem de sair com seus amigos. Pode ir, vá sozinha! Tudo bem!

Alguns dias depois:

- Ai ai, meus amigos me chamaram para sair. Eu vou tá bom. Nem vou te chamar, já sei que você não gosta de sair!
- É verdade!

Em pensamento " Que droga! Ela me exclui de tudo! Estou triste, não faz questão de minha companhia. =/ "

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sobre a aprendizagem terrena

Eu aprendi...
...que ignorar os fatos não os altera;

Eu aprendi...
...que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;

Eu aprendi...
...que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;

Eu aprendi...
...que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;

Eu aprendi...
...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;

Eu aprendi...
...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.

Eu aprendi...
...que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;

Eu aprendi...
...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;

Eu aprendi...
...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;

Eu aprendi...
...que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.
(Boa noite , Amor )
William Shakespeare

Mais um lindíssimo poema do sintetizador da vida. Ando sem ideias, por isso deixo esse poema que falaria muito mais do que eu conseguiria dizer.