terça-feira, 29 de junho de 2010

Cordas



Uma corda, tem dois pontos de ligação, sabemos o início - um belo novelo - e o fim - o horizonte iluminado, seja por fogo, seja pelo sol poente. Um vento cálido e por vezes ainda assim gélido a faz balançar, e sabe?! Ainda estamos sobre ela. A cada passo um desequilíbrio e de novo o encontro com a aspereza da corda. Mas nem sempre sua textura é tão agressiva, por vezes fazem nossos pés escorregarem e então precisamos de nossas mãos, do sopro amigo de outros e de um apoio abaixo de nós. Mas mais uma vez nos reerguemos, mais uma vez nos equilibramos nessa corda que se revela aos poucos, escura diante de nosso olhos, sentida lentamente pelos nosso pés. Passos cegos rumo ao horizonte inevitável.

Somos todos equilibristas dando passos numa corda que engana a todo momento, somos obrigados a sentí-la, e não é tão difícil assim. Apenas uma longa caminhada que aumenta nosso frio na barriga, a expectativa ou o medo por aquilo que está a frente. E no final, ou pelo menos no final do meio, a gente se diverte, cresce e vive. Transmuta a alma , enobrecendo um espírito que nasceu carente de pequenas aventuras cotidianas para sair de sua crisálida e ganhar o mundo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Amor, Luna!




Lua, Luna, doce luz do céu.
Luz incandescente da noite
cálida manta dos corações vazios
és vida e morte, espírito na escuridão

Grande mensageira do anoitecer
Musa dos apaixonados, deusa dos poetas.
Alimenta minha alma que a ti regressa

Ó doce mãe!
És alimento para o meu espírito faminto
Luz para meus sentidos cegos
Elo para os pedaços de minha alma em prantos.

Acalente-me cuidadosa manta
Proteja-me com seu olhar gentil
Envolva-me em seus braços de luz
Trague-me para dentro de ti

Revele a dinvindade em mim
Doce luz de lua serena
Da fria noite de prantos
do meu coração vazio.

Em co-autoria com Lê!! Lê, mon ange, bigado....=***

Imagem gentilmente cedida por alguém. Brigado alguém [?]

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mãe das águas

As ondas cálidas de seu ventre
Ensandecem-me a razão

As cachoeiras de seu colo
Tiram-me a atenção

Como uma barca perdida
Sem rumo em seus rios
Aguardo seus anseios

Desejos de conduzir-me
À nascente de suas águas
Ao belo azul vítreo
Coração de Iara.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Uma chama na escuridão

E é assim
O morno calor de sua chama
Apenas uma chama na escuridão
Arde sem se ver
Queima sem machucar
Causa bolhas de felicidade
Cicatriza com amabilidade
Labaredas de todos os tons
Que não passam de ilusão
Encanta quem se incinera
Cura um coração
Ó doce ilusão
de quentura ao anoitecer
Ó doce queima
incinera minha alma de bem-querer
Ó doce ralidade
Faz-me isso viver
Ó doce verdade!

domingo, 13 de junho de 2010

Sabe..

Sabe...
Eu desejei..
Desejei mudar para encaixar..
Desejei ser amigo de todos..
Desejei ser visto..
Desejei ser reconhecido..

Sabe...
Descobri...
Descobri que já sou..
Descobri que tenho amigos..
Descobri que sou visto..
Descobri que sou reconhecido..

Sabe...
Eu me acertei...
Desejo apenas o necessário..
Apenas para viver bem...
Desejo ir para frente..
Me importando com o "como", não mais com o "melhor".

Sabe de uma coisa!!
Estava tudo aqui dentro!!
Aqui junto comigo sempre!
Longe dos olhares dos outros!
Longe de suas vontades...
Comigo, aguardando o tempo necessário..
Esperando para estar em meus braços!!
Eu me encontrei!