
Uma corda, tem dois pontos de ligação, sabemos o início - um belo novelo - e o fim - o horizonte iluminado, seja por fogo, seja pelo sol poente. Um vento cálido e por vezes ainda assim gélido a faz balançar, e sabe?! Ainda estamos sobre ela. A cada passo um desequilíbrio e de novo o encontro com a aspereza da corda. Mas nem sempre sua textura é tão agressiva, por vezes fazem nossos pés escorregarem e então precisamos de nossas mãos, do sopro amigo de outros e de um apoio abaixo de nós. Mas mais uma vez nos reerguemos, mais uma vez nos equilibramos nessa corda que se revela aos poucos, escura diante de nosso olhos, sentida lentamente pelos nosso pés. Passos cegos rumo ao horizonte inevitável.
Somos todos equilibristas dando passos numa corda que engana a todo momento, somos obrigados a sentí-la, e não é tão difícil assim. Apenas uma longa caminhada que aumenta nosso frio na barriga, a expectativa ou o medo por aquilo que está a frente. E no final, ou pelo menos no final do meio, a gente se diverte, cresce e vive. Transmuta a alma , enobrecendo um espírito que nasceu carente de pequenas aventuras cotidianas para sair de sua crisálida e ganhar o mundo.