
sábado, 25 de dezembro de 2010
O Natal

sábado, 18 de dezembro de 2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Um pequeno caminho

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
A cerâmica

sábado, 11 de dezembro de 2010
Esse estar contínuo..
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Blogagem Coletiva:Como se diz eu te amo?

Como dizer eu te amo!
É incrível como é difícil escrever sobre esse assunto. Talvez só se equipare em como é difícil dizer essas palavras. Há uma grande história debaixo dessas três palavras, imagino-as como um grande tapete onde se escondem as belíssimas cenas de filmes que nos mostram, cenas perfeitas onde um amor se encontra e os dois podem dizer que compartilham de um mesmo sentimento. Vejo as histórias de princesas que apenas esperam pelos seus príncipes perfeitos que as livrarão de todo o mal. E esse tapete se esconde em nossos porões. Muitos de nós temos medo de abrir a grande sala e deixar que as histórias nos inspirem, outros muitos acham que as histórias vão ser reais, e ainda muitos outros que se tornam histórias.
Hoje eu me pergunto como dizer tais palavras, se preciso verbalizá-las, se preciso desenhá-las em um grande muro. Talvez sim. Mas simplesmente não sei, não sei se terei coragem de abrir o porão, não sei se meu coração está pronto para o impacto. Porque antes de dizer “Eu te amo” a alguém é necessário que diga a você mesmo, é necessário que diga ao mundo inteiro para só então você abrir mão de tudo para um novo pequeno mundo que é a pessoa para qual você entregou essas três pequenas palavras. Não há uma receita como sempre, acho que a única dica para que aconteça é que sinta a chama brotar de seu coração, como uma vontade que sobe pelo corpo e necessita se exteriorizar em grandes pequenas palavras “EU TE AMO”.
Minha primeira blogagem coletiva! xD...Espero que o texto esteja bom. Essa foi uma proposta dos blogs Diário de uma psicóloga e Acolhendo com amor. Achei muito instigante o tema. Boa proposta! Espero participar de mais
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
O coração do mundo
sábado, 4 de dezembro de 2010
Quem entende?
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Sobre a aprendizagem terrena
...que ignorar os fatos não os altera;
Eu aprendi...
...que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;
Eu aprendi...
...que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;
Eu aprendi...
...que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;
Eu aprendi...
...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;
Eu aprendi...
...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.
Eu aprendi...
...que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;
Eu aprendi...
...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;
Eu aprendi...
...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;
Eu aprendi...
...que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.
(Boa noite , Amor )
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Procura-se...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010
....
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
À meia luz
Hipocrisia
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Maybe true
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Sobre a esperança ( ou falta dela )
domingo, 26 de setembro de 2010
Perguntas, só perguntas!
domingo, 19 de setembro de 2010
Lancei-me
sábado, 11 de setembro de 2010
Assim mesmo...

sábado, 4 de setembro de 2010
Ouça-me
domingo, 22 de agosto de 2010
Silêncio falante...
- Com licença,posso me sentar?
O homem virou-se a ele com um sorriso e aquiesceu. O jovem sentou-se e esperou, o silêncio que reinou o deixou incomodado. O homem apesar de sorrir nada dizia, apenas olhava para aquele mesmo ponto de antes.
- Errr....senhor....
O jovem tentou interferir com suas palavras inseguras.
- O que tem a me dizer, meu jovem!? – O homem era cordial com a voz.
- Porque acha que quero dizer algo?
- Porque você iniciou a conversa e o silêncio te incomodou mais do que a mim.
- O silêncio o incomoda também?
- Somente quando fico comigo mesmo.
- Ah....
Novamente o silêncio brotou das poucas palavras e da cordialidade dos dois. Mas a falta do que falar também incomodava ao jovem.
- O dia está bonito, não é?
- Realmente, ficaria melhor se você conseguisse falar o que quer...
- Mas....mas...
- Te contarei uma história...
O menino calou-se e dessa vez sabia que viriam mais palavras, então apenas esperou que viessem ouvindo atentamente. O homem começou a sua história.
- Eu já viajei muito por esse mundo. Já andei com as estrelas a noite e voei com os pássaros durante o dia. Em uma destas viagens, quando passava por uma pequena cidade de aparência abandonada encontrei um pequeno moço, talvez da mesma idade que você. Era tão iniciante no mundo quanto as serelepes libélulas, só que muito diferente desses pequenos insetos ele não era nada serelepe. Na verdade, ele se sentava em um banco e esperava. Não sei ao certo o que ele esperava, mas ele esperava sempre. Nesse tal dia me sentei com ele, era um pequeno banco de madeira e estávamos sob a abobada de estrelas, um vento caloroso soprava sobre nós. Conversei com ele durante algum tempo, ele gostava muito de falar e ouvir, mas apenas sobre coisas. Me lembro bem de nossa conversa.......
“ – Então mora aqui há muito tempo?
- Não, eu não moro aqui. Eu espero por aqui, ainda não encontrei onde vou morar.
- Não entendo, onde você dorme?
- Durmo ali, naquela casa. – O jovem apontou para uma pequena casa de madeira com aspecto decadente.
- Então você mora aqui!
- De maneira alguma!
- As pessoas costumam considerar o lugar onde dormem como o lugar onde moram.
- Eu só não moro aqui!
- Certo....se diz é porque sabe do que fala não é?
- Imagino que sim.Sabe, aquela casa range muito, principalmente quando venta.
- Casas velhas rangem mesmo.
O jovem deu um sonoro riso.
- Porque riu?
- Não acho que casas velhas deviam ranger, deviam ficar mais aconchegantes. Onde eu morar vai ser assim. Quanto mais velha for a minha casa, mais jovem será. Porque ela será sábia.
- Uma casa é capaz de ser sábia?
- Claro que é!
- Ah....vai entender! Eu acho que tenho que partir.
- Pensei que fosse. O vento mudou, não é?!
- Meus pés querem andar!
- Entendo...Boa viagem!
- Obrigado.- o homem de maleta silenciou-se por algum tempo, como se pensando em algo - Não sei o que te desejar!
- Tudo bem, eu já lhe desejei!”
.......então depois disso eu comecei a caminhar e durante o meu caminho até aqui eu não tinha ficado em silêncio, sabe, vim conversando com pássaros, estrelas e pessoas. Apenas não tinha ficado em silêncio ainda e agora que parei, que fiz como ele e esperei eu descobri o que ele queria dizer.
- O que ele estava dizendo?!
O homem abriu um sorriso e levantou-se.
- Sabe, tem coisas que só se encontra sozinho e no silêncio ainda que incomode.
Recolheu sua maleta de couro marrom e saiu sem dizer adeus. O jovem permaneceu sentado, sem entender nada.
Então de longe, a voz como um eco da consciência, o homem revelou:
-Carreguei um pedacinho dele comigo e um pouco de mim permaneceu lá.
domingo, 15 de agosto de 2010
Inevitável tempestade

E tal como nas letras da canção
Li no cheiro das nuvens a tempestade vindoura
Seu almiscarado ar de água pura
O doce néctar das plantas
Mostrou-me que apesar de tudo seria insistente
Foi forte em dizer
A vida que carrega vem de toda a destruição que causa
Por mais que as gotas abençoadas sejam,
Galhos quebrados são inevitáveis
Inevitáveis são os sofrimentos
Inevitáveis são as tempestades
Inevitáveis são as gotas do céu
Inevitável é encostar-se à vida
Inevitável é viver e chorar
E tudo não passa disso
Inevitável,
estar vivo e viver
Homem - oceano
Foi apertado, pesado, doído.
Talvez o mundo tenha resolvido fazer de minhas costas seu trono
O oceano deve ter achado que cabia a mim segurar-lhe as águas!
Meus pés nem sequer tocavam o chão
Como aguentaria tais coisas em minhas mãos?
Diante de meus olhos apenas a escuridão do barro
Minhas mãos tocavam apenas o nada
E em meus movimentos diminutos somente a incerteza
Não consegui nem ao menos chorar, não imaginei nem mesmo o outro lado.
Por um instante a mais me perdi de mim mesmo.
Eu era o oceano?
Será por isso que era tão apertado?
Um nó foi me dado nas lágrimas e secaram-se os soluços
Gotas salgadas apenas cabem ao mar
Tolice deixá-las escapar de homens-oceano!
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
And Selo de Ouro goes to.....[?]

Pois bem!Fiquei muito feliz de ter ganhado esse selo, principalmente vindo da Gabby Paiva (http://gabbypaiva.blogspot.com/) que escreve tão bem. Adoro mesmo os textos dela. Fiquei honrado, foi um Oscar para mim!! xD
Assim como as regras pedem e me deram autoridade ( Sou um juiz, que chique! ) eu indico como blogs selo de ouro.....
A senhorita Nell, por me envolver em suas teias de palavras: http://pensamentosdeumafulanadetal.blogspot.com/
Ao senhor André, que apesar de indelicado tem muita coisa a dizer: http://oparasita2010.blogspot.com/
A senhorita Ingrid, que seduziu-me com belos poemas: http://thinkingforamoment.blogspot.com/
Eu ofereceria de volta a Gabby também.....
A quem aceitar o selo, honrar os seguintes passos:
1º Colocar a imagem do selo no seu blog;
2º Indicar o link do Blog que o indicou;
3º Indicar outros blogs para receberem o selo;
4º Comentar nos blogs dos seus indicados sobre este selo.
Agradeço muito Gabby. E aos blogs indicados, continuem com as palavras encantadoras, elas são prêmio para diversas outras pessoas.
Até a próxima!
;)
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Albedo Fênix

Com um sopro cálido de amor enviou-me uma ígnea ave que acalentou meus lábios e atiçou meu coração.
Como brasa fiquei a esperar pelo sopro leve que me faz em chamas.
Mas me abandonaste, por isso as cinzas se alastraram.
Não, ainda que solte lágrimas não estou triste, pois sou fênix, e assim como o sol, voltarei a brilhar no horizonte quando a noite se for.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
(Minhas) Borboletas

"E as borboletas também são minhas!
E meu coração de borboleta também é de todos!
E então somos todos borboletas..."
Belo pequeno inseto, talvez o mais adequado para explicar as pessoas. Por mais que todos achem que nascem prontos, digo-vos....és uma borboleta, talvez uma crisálida e ainda uma lagarta.
O ciclo de sua vida é a mudança.
Não importa que passou a maior parte da vida se entupindo de folhas, fugindo e se escondendo de grandes animais, deixando-se levar pela maioria, envolvendo-se com aquele emaranhado que era ela e também não era.
Tudo muda, basta saber disso, isso encaminha a todas e a cada uma. Por que é simples assim, um dia se resolve, algo vindo de dentro pede que se envolva em seus próprios pensamentos, que se isole da tempestuosa vida lá fora e se prepare.
Que por mais feia que tenha sido, a beleza que existe dentro dela se faz presente. Mas só após o encontro consigo mesma, com a descoberta da beleza em pura essência é que ela se joga ao mundo novamente. Pois daí ela existe, passa a ser quem realmente é, pois se encontrou e transforma-se em tudo aquilo.....Das mais variadas nuances, dos mais leves planares. Ela se descobriu e emergiu da crisálida para ganhar a liberdade.
A liberdade que é encontrar-se.... de ser quem realmente é sem se importar com as folhas, os inimigos e os olhares, que a partir daí, hão de estar prontos para admira-la, encher seus olhos com extravagante beleza.
Porque é isso a vida de uma borboleta. Mudança...
"És uma crisálida.
Venha pequena pupa,
Abra-se e conheça o sol
Ele brilha mais pelos seus olhos"
- Ainda tô com raiva do André (O Parasita), porque ele escreveu sobre as borboletas antes que eu. O texto dele ficou divino, num consegui passar perto. Mas eu tentei e gostei do resultado. -
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Palavras soltas

E então
Com o passar lento dos dias
Com o suspirar das leves brisas
Encontrei você, você e você também...
Não me sinto mais só,
porque ,juntos, carregamos um o coração dos outros
As vezes sinto como se estivessem sincronizados
Em completa sintonia
Um tocando aos outros as palavras de seu íntimo
E todos, ao mesmo tempo, entendendo a música
Apresentando leve sorrisos
Caminhando juntos por onde quer que vá
E ainda que distantes
As mãos ainda sempre unidas
No plano das palavras
Onde o amor se encontra.....
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Bored

Por que a paz é assim tão calma?
Dias se passam e continua a mesma coisa, se não igual ao menos semelhante. Será dessa forma ou isso só vale para os meus olhos?
É como se estivesse pairando sobre um lago sem ondulações, um silêncio deslumbrante onde poderia ouvir apenas minhas voz, só que ela não quer falar!
É um marasmo, um mar calmo, um dia sem brisas......parado....
Sei que deveria ser belo, magnânimo, muitos a almejam, mas é estranho.....é adequado demais!
Aqui está assim, um campo verdejante sem brisas, calmo, em silêncio....em paz....
Só imagino que seja aquela que antecede a tempestade.....e espero....que seja de estonteante barulho ainda que seja blasfemo em pedir!!
terça-feira, 29 de junho de 2010
Cordas

Uma corda, tem dois pontos de ligação, sabemos o início - um belo novelo - e o fim - o horizonte iluminado, seja por fogo, seja pelo sol poente. Um vento cálido e por vezes ainda assim gélido a faz balançar, e sabe?! Ainda estamos sobre ela. A cada passo um desequilíbrio e de novo o encontro com a aspereza da corda. Mas nem sempre sua textura é tão agressiva, por vezes fazem nossos pés escorregarem e então precisamos de nossas mãos, do sopro amigo de outros e de um apoio abaixo de nós. Mas mais uma vez nos reerguemos, mais uma vez nos equilibramos nessa corda que se revela aos poucos, escura diante de nosso olhos, sentida lentamente pelos nosso pés. Passos cegos rumo ao horizonte inevitável.
Somos todos equilibristas dando passos numa corda que engana a todo momento, somos obrigados a sentí-la, e não é tão difícil assim. Apenas uma longa caminhada que aumenta nosso frio na barriga, a expectativa ou o medo por aquilo que está a frente. E no final, ou pelo menos no final do meio, a gente se diverte, cresce e vive. Transmuta a alma , enobrecendo um espírito que nasceu carente de pequenas aventuras cotidianas para sair de sua crisálida e ganhar o mundo.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Amor, Luna!

Lua, Luna, doce luz do céu.
Luz incandescente da noite
cálida manta dos corações vazios
és vida e morte, espírito na escuridão
Grande mensageira do anoitecer
Musa dos apaixonados, deusa dos poetas.
Alimenta minha alma que a ti regressa
Ó doce mãe!
És alimento para o meu espírito faminto
Luz para meus sentidos cegos
Elo para os pedaços de minha alma em prantos.
Acalente-me cuidadosa manta
Proteja-me com seu olhar gentil
Envolva-me em seus braços de luz
Trague-me para dentro de ti
Revele a dinvindade em mim
Doce luz de lua serena
Da fria noite de prantos
do meu coração vazio.
Em co-autoria com Lê!! Lê, mon ange, bigado....=***
Imagem gentilmente cedida por alguém. Brigado alguém [?]
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Mãe das águas
Ensandecem-me a razão
As cachoeiras de seu colo
Tiram-me a atenção
Como uma barca perdida
Sem rumo em seus rios
Aguardo seus anseios
Desejos de conduzir-me
À nascente de suas águas
Ao belo azul vítreo
Coração de Iara.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Uma chama na escuridão
O morno calor de sua chama
Apenas uma chama na escuridão
Arde sem se ver
Queima sem machucar
Causa bolhas de felicidade
Cicatriza com amabilidade
Labaredas de todos os tons
Que não passam de ilusão
Encanta quem se incinera
Cura um coração
Ó doce ilusão
de quentura ao anoitecer
Ó doce queima
incinera minha alma de bem-querer
Ó doce ralidade
Faz-me isso viver
Ó doce verdade!
domingo, 13 de junho de 2010
Sabe..
Eu desejei..
Desejei mudar para encaixar..
Desejei ser amigo de todos..
Desejei ser visto..
Desejei ser reconhecido..
Sabe...
Descobri...
Descobri que já sou..
Descobri que tenho amigos..
Descobri que sou visto..
Descobri que sou reconhecido..
Sabe...
Eu me acertei...
Desejo apenas o necessário..
Apenas para viver bem...
Desejo ir para frente..
Me importando com o "como", não mais com o "melhor".
Sabe de uma coisa!!
Estava tudo aqui dentro!!
Aqui junto comigo sempre!
Longe dos olhares dos outros!
Longe de suas vontades...
Comigo, aguardando o tempo necessário..
Esperando para estar em meus braços!!
Eu me encontrei!
sábado, 15 de maio de 2010
Mais uma tentativa...
Acho que explica bem o que eu sinto em relação a vida...as sensações da peça que nunca se encaixa no quebra-cabeça. Não sei se é muito pessimista ou otimista demais, isso sempre depende de quem vê. E também, as vezes, não sei o que pensar....
Eis o pensamento:
"Algumas pessoas nascem para o mundo, outras para sonhar um novo"
A explicação que eu tenho para ele é simples, e creio que não seja mistério. Tantos blog que li, tantas pessoas com as quais tive contato pela internet e em algum momento algumas delas revelam-se parecidas comigo.
Como um quebra-cabeça, peças e peças montando um mundo interessante e mudando-o com suas formas e cores para compor a beleza. Mas tal como peças manejadas por crianças, algumas se perdem, e em algum momento as que ainda não tem seu lugar são espremidas num local que não lhe cabem, por mais de uma tentativa, por mais de uma dor, por mais de alguns sorrisos felizes. Mas não é o seu lugar e em algum momento tem que voltar a cabeceira da mesa e perder a atenção e as cores que começavam a fazer parte de sua existência. Alguns ficam pretas e brancas e se acomodam, desistem de compor o mundo, outras tentam e tentam deixando suas arestas coloridas e doloridas, e outras ainda tentam, mesmo que tudo peça o contrário, se rearrumar numa escala de cores menos claras. Mas, ainda que tenham perdido a atenção do mundo, os dois quebra-cabeças estão ligados, dependentes um do outro. Um doando os sonhos e o próprio brilho, enquanto o outro fornece a inspiração na criação das cores.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Pela metade
Pensar é mesmo um saco.....
Diversas vezes, em especial as horas de introspecção( que nem são propositais )algumas porcarias de insights aparecem......E certo dia me ocorreu a "média".
Média segundo o dicionário Michaelis quer dizer coisa ou quantidade que representa o meio entre muitas coisas. Percebe?? Bom...eu percebo....
É uma droga ser da média, é um saco ficar sempre pelas metades, nem alcançando o melhor resultado e muito menos poder justificar por você ser ruim. Ficar na média de tudo não passa de nada, de ser a metade de algo que não pode ser completo, que ficará meio vazio ou meio cheio para sempre. Uma porcaria porque não se é bom em nada, claro que não, você está na metade e tem que se esforçar ainda mais para ser realmente bom em alguma coisa. Pois algumas pessoas, por mais que sejam ruins em algo, são ótimas em determinada atividade que compensa tudo, porque a partir daí ele pode se definir como alguém que é algo, enquanto os medianos só podem dizer...."vou tentar". Estar na média é como estar incógnito, como passar desapercebido pelo mundo por ser totalmente sem brilho, sem algo que te diferencia dos demais, ser mais um na multidão daqueles que ofuscam o seu brilho MÉDIO de uma estrela que o universo nem faria questão se não fosse tão útil em ser porcaria nenhuma de um nada complexo.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Beijos não são contratos
a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se,
e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos
e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida
e olhos adiante, com a graça de um adulto
e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno amanhã é incerto demais para os
planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima
se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando
e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança
e apenas segundos para destrui-la,
e que você pode fazer coisas em um instante,
das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias.E o que importa não é o que
você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram
escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos
se compreendemos que os amigos mudam,
percebe que seu melhor amigo
e você podem fazer qualquer coisa,
ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que devemos deixar as pessoas que amamos com
palavras amorosas,
pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes
tem influência sobre nós,
mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve
comparar com os outros,
mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo
para se tornar a pessoa que quer ser,
e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou,
mas onde está indo, mas se você não
sabe para onde está indo,
qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus actos
ou eles o controlarão, e que ser
flexível não significa ser fraco
ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada
e frágil seja uma situação,
sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas
que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as consequências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes
a pessoa que você espera que o chute,
quando você cai é uma das poucas
que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver
com os tipos de experiências que se
teve, e o que você aprendeu com elas,
do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você
do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer
a uma criança que sonhos são bobagens,
poucas coisas são tão humilhantes,
e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva
tem o direito de estar com raiva, mas isso
não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do
jeito que você quer que ame,
não significa que esse alguém não sabe amar,
contudo, o ama como pode,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrar
ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente
ser perdoado por alguém,
algumas vezes você tem que aprender
a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga,
você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos
pedaços seu coração foi partido,
o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa
voltar para trás, portanto, plante seu jardim
e decore sua alma,
ao invés de esperar que alguém lhe traga flores...
E você aprende que realmente pode suportar...
que realmente é forte,
e que pode ir muito mais longe depois de
pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor
e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras
e nos fazem perder o bem que poderíamos
conquistar, se não fosse o medo de tentar.
Willian Shakespeare
Tantos tentam explicar a vida, mas Shakespeare faz isso magistralmente.Ao menos em sonhos se pode pensar em aproximar-se de tamanha sapiência e loucura....hahahah...Se chegar a metade da metade já é o suficiente.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Winter

Faixas negras desenrolam-se pelo solo, como se saísse por debaixo da terra ou apenas surgisse de algum lugar fora daquele tempo.Um sopro frio, tão morto quanto animais enterrados na pútrida morada eterna dos sete palmos. Em caracóis desenhados por tal vento as faixas tomavam formas, enrolando-se em torno de si mesmas, tomando corpo e consistência. A morada negra, tal como a estátua se construía magicamente numa dança fúnebre de sopros ascendentes.Um capuz de conteúdo etéreo se formava, o anjo da morte sobre o túmulo de dezenas de vidas.Cada qual perdida ao seu toque. Por dentro da estátua formada algo tomava forma, mãos roxas, sujas de terra, saíam pelas mangas alongadas. Abaixo do capuz os cabelos branqueados de um futuro sem vida se desembaraçavam para fora, e por fim o rosto, a face da morte como era. Uma caveira, o crânio da efemeridade humana, o toque especial que gostava em particular. A mão direcionou-se aos orbes sem preenchimento do crânio, os dedos o puxaram, a máscara caía, a face era revelada. Olhos vermelhos que sorriam maliciosamente, sorriso que fitava o longe. Deixou o crânio cair,não necessitava daquilo, podia ter muitos. Começou a caminhar para fora do lugar fechado, sentia cheiro dos humanos, sentia os corações esperando o inverno final. Ouvia clamores pelo descanso. Os panos desenrolaram-se caminho afora guiados apenas pelas vidas que podia tomar.
Imagem, gentilmente afanada de Fernando Martin em epilogue.net
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Estações da vida
Pétalas caiam sobre mim
Tantas oferecidas
Diversas deliciosamente aceitas
E outras rejeitadas
Sem receios, sem mágoas
Mas a tarde veio
A primavera foi aos poucos
O outono murchou as pétalas
que outrora me deixavam louco
Vida pouca para se achar
Porque o inverno nos espreita
Ele congelará as flores
E a vida?! Ah....!!
Só na próxima colheita.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Simples
que sonharam antes de eu nascer
Sonhei vidas
As quais nunca poderei ter
Me iludi com a falsa originalididade
Vivi num engodo de felicidade
Sobrevoei ideias do passado
Tomei-as como motivos para novos traçados
Ressaltei aquilo que nem acreditava
Passei adiante como verdade renovada
Mas não passavam de mentiras limpas
Que apenas voltavam a ilusão da vida
Descobri a verdade
Fingi não tê-la para seguir na mentira
Mas ainda estava aqui
O sonho, a mentira, a busca e o fim
Do Alvorecer ao Epitafio, são assim os dias
É assim a vida!
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Dor de não escrever.
Palavras saem sem encanto
Rimas vazias, ideias sem graça
Vontade de escrever não falta
Mas a inspiração que transforma
Inalcansável, anda tão alta
Palavras de pouco sentimento
Breves dizeres enchem o papel
São apenas marcas no cimento
Eles só vêem, mas não enxergam
Pobre escritor de versos
Sem musa, sem objeto
Espera inspiração dos ventos
Enquanto vagas ideias não passam de dejeto.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Coisas que se passam
No espelho do outro aquilo que não queria
Eu vi
Na vida dos outros o que procurava
Eu vi
Nos dias passados as coisas perdidas
Eu senti
Perder tudo por ficar apenas vendo
Vendo minha derrota frente a outros
Sentindo medo de perder aquilo que nunca ganhara
Fiquei perdido em pensamentos
Preso em mim mesmo sem que pudesse ver luz
Por acreditar que a luz estava aqui
Mas era apenas o fogo do egoísmo
Luz que esquentava nas horas tristes
Que me ludibriava, formando a mentira que sou
Me fazendo uma mentira da própria mentira
Construção de barro, oco, vazio, mas disfarçado por uma pele
Fraca construção
Cai com o tempo, e me infesta pela verdade
Mata-me que é melhor, ao menos não ficarei decompondo aos poucos.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Pandora

As engrenagens estavam secas, a lubrificação da maioria delas tinha se acabado havia anos, mesmo assim deviam girar.Os barulhos metálicos se expandiam pelo lugar, o girar seco das rodas os faziam aos montes emitindo sons que eram respondidos por barulhos iguais. Pequenos e quase invisíveis fios se desenrolavam por ali, tal como uma teia de aranha mais elaborada, encontrando-se em alguns pontos, ligando-se as engrenagens em outros, ganhando pequenos volumes disformes durante seu desenrolar lento por entre as peças de metal. Era tudo compassado e auto-suficiente, por isso a menina ficava a se balançar por horas, e dias e anos a fio sem se importar com nada. Em meio aquele tanto de fios, ela simplesmente tentava se divertir, mas o lento balançar do pêndulo nem ao menos divertia mais, era apenas algo para se passar àqueles pontos incontáveis de nada.
Antes os olhos brancos acompanhavam o desenrolar de grandes novelos, no âmago de tudo aquilo, mas se cansou dessa brincadeira e procurou achar diversão em outra atividade: amarrar coisas nos fios, como se fossem grandes varais, também era bom, mas de que valia, se a engrenagem só ficava agarrada por instantes? Logo se cansou disso também. Então achou seu lugar favorito, o balanço gélido de metal, fora divertido por algum tempo, mas agora era apenas mais um lugar. Um rangido pra lá, outro rangido pra cá, lento tal como brisas de janeiro. Os cabelos negros envolvidos na face nem se moviam, a cabeça baixa apenas esperava os momentos gloriosos de se ter paciência. Mais rangidos, menos desejos.
A menina estava inerte em seu assento nada glorioso, vestidos largados sobre o seu balanço eterno. Os fios caminhavam por entres as peças, travando suas próprias lutas contra o lugar, seguindo um caminho determinado por entre toda aquela vastidão de engrenagens secas.
Um sopro frio perpassou as vestes da menina, balançou-as de um modo único, e que ela aprendera a reconhecer. O corpo sem movimentos tomou uma alegria infindável, os olhos brilharam por debaixo dos fios negros enovelados em sua face. Um sorriso branco e maldoso apareceu. Como uma pessoa que reaprende a andar ela levantou-se, as mãos para baixo, os cabelos sobre a face como uma cortina negra para não deixar entrar luz. As pernas dobradas, um joelho virado para o outro. Soltou um suspiro gelado, colocando pra fora a fria vida que levava. Virou-se repentinamente para o lado, então o pêndulo se moveu em meio às engrenagens tempestuosas em seus barulhos repetitivos. Ela nem mesmo saiu da posição para encontrar outra mais confortável, apenas manteve-se ansiosa pelo o que vinha a frente. O pêndulo parou, o fio engrossado se fez ver emperrando uma das engrenagens. Debruçou-se sobre o fio do balanço, e moveu a mão numa pequena música particular e com um movimento, com apenas um dos dedos erguidos ordenou algo. O balanço moveu-se para o lado e voltou para o lado em que o fio estava. Uma grande quantidade de líquido vermelho esguichou para cima molhando o corpo dela e tingindo o objeto metálico. Um risada ecoou em meio as engrenagens e findou-se tão rápido quanto a alegria da mocinha, que voltou a sua posição entediada, apenas esperando o tempo certo para se banhar na morte de outros. Pandora vira o início daquilo tudo, e agora partilhava o final de cada um deles, entediada por vezes até que o sopro da morte lhe viesse avisar de sua próxima tarefa.
Imagem retirada de epilogue.net,galeria Alissa Rindels
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Um belo lugar..pensamentos viajantes
Enfim, o dia estava magnífico, pelo menos para se ir a uma cachoeira.Calor, amigos, vontade a pino.Tínhamos que atravessar uma mata, bem fechada, que incitava as nossas mentes a temer, mas eu não senti medo.Não sei se não senti porque estava com meus amigos, ou não senti por estar seguindo uma trilha, ou ainda por simplesmente me sentir bem naquele lugar.Mas o interessante é que não senti.Após algum tempo de caminhada – e alguns tombos, devo acrescentar – nós chegamos a uma cachoeira, eu tinha visto aquela magnífica obra da natureza uma outra vez. Linda, não era um lugar bom para se nadar ou algo do tipo,chamava a atenção pela energia. Eu não sou do tipo esotérico nem nada, mas todas as pessoas conseguem sentir as energias do mundo, sejam elas quais forem, acho que isso é um traço natural dos humanos, da maioria. De alguma forma, quando eu me sentei de frente a ela, o vento provocado pela sua queda em meu rosto, a água rolando pelo meu corpo imerso, o barulho que conduz a paz, ao silêncio interior. Naquele instante eu me senti parte de algo, me senti parte de alguma coisa que trabalhava para me proteger, não necessariamente me segurando e me poupando as feridas, mas apenas me acolhendo.Acolhendo minhas dores, meus pensamentos, minhas inseguranças, meus amores perdidos, meu coração por completo, me aceitando como um todo, até porque não parecia difícil fazê-lo, pois simplesmente não importava. O simples fato de uma gota cair me provocava risos, o simples soprar do vento me trazia paz, e o simples fato de estar com alguém me fazia sentir amado. Não sei explicar ao certo o que aconteceu, mas foi uma sensação única, talvez somente eu possa senti-la, talvez esteja me precipitando sobre as minhas opiniões. Mas a verdade é que não me importo, não ligo se minha razão diz o contrario daquilo que senti. A razão não pôde destruir isso, e por mais que a gente pense que ela seja a melhor coisa, aquilo que nos difere dos animais, eu tenho que discordar.Ela nos transforma em coisas piores, não em relação à natureza somente, mas em relação a nós mesmos.
Nós voltamos as nossas casas, o dia foi embora, a sensação ainda permanece em mim, e a cachoeira permanece lá, não espera por ninguém, mas também não ignora quem está disposto a ver sua beleza. É simples assim, como tudo na vida deveria ser.
Bom....os pensamentos sairam confusos. Com o tempo eu melhoro.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Laços
“Olha pra mim”
Sim, adentre a minha alma.
“Você já sabe”
Sabe que já está aqui dentro.
Uma marca em minha alma
Um traço de seu coração
Pousado sobre as linhas curvas do meu.
“Quando você chorar”
Suas lágrimas serão sentidas
Gota a gota escorrendo pra mim
“Eu vou estar aqui pra te abraçar”
Abraçar a sua dor
Compartilhar de suas alegrias
“Palavras nem sempre vão adiantar”
Seu coração já diz pra mim
“Amor, jamais deixarei você”
Estarei em sua vida
Estará na minha
Pelos laços do amor.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Um não sei....

Sentei-me em frente a essa máquina de escrever, é, quanto tempo eu não mexia nessa velharia, era um bloqueio constante e o computador estava mais atraente.Um universo dentro de uma máquina, é uma invenção que deve ser apreciada, até que ela te enjoe, isso é lógico. A fumaça do cigarro invade minhas narinas, preenchem meus pulmões, ela tem cheiro de doença, mas eu nem me importo.Logo a minha frente uma cama, ela está preenchida do meu amor, o que acabei de oferecer a uma mulher, a conheci algumas horas atrás, mas o que importa? Entrego-me com vontade e pulo fora rápido. Ela é muito bela, amassa os lençóis com vigor de um animal. Uma das melhores que conheci, já estive com muitas... Um vasto guardado de sentimentos e experiências, não que eu seja velho, apenas tive mais oportunidades de experimentar as coisas desse mundo.
Lá fora chove, a água escorre pelo vidro da janela, isso faz o quarto parecer mais aconchegante, isso me amedronta.Ela ainda está lá, na cama, enrolada em lençóis brancos e amassados, os cabelos desarrumados, contudo incrivelmente lindos, como se os defeitos a enfeitassem da mesma forma.O cheiro de uísque ainda persiste em sua boca, agradeço por não ter medo de bebida, tive até mesmo coragem de beijá-la de manhã. Meus dedos pressionam as teclas da máquina, mecanicamente, pois minha mente está nela, meus olhos ainda não a deixaram, estou revezando os olhares e ela simplesmente não vê isso, não que eu queira muito, talvez fosse legal. Acabei meu cigarro, não fedi a roupa com esse triste aroma, estou nu.Estou rindo das minhas frases, rindo ainda mais do nada que estou escrevendo, apenas senti vontade de colocar coisas no papel, não sei o que houve!......
Sei sim, ela.
Fiquei olhando a máquina por um tempo, pensando sobre o que eu estava fazendo sentado à frente dela, eu já sabia, melhor, eu sei. Na verdade, eu não gostaria de assumir, é muito assustador, apesar da fragilidade do assunto ele me amedronta mais do que a morte que o cigarro possa causar.A chuva ainda não parou, ainda há aquele clima de aconchego no ar do meu quarto, o barulho nostálgico da máquina de escrever aumenta ainda mais esse sentimento.Ela se moveu três vezes, fez uns barulhos estranhos enquanto se mexia, eu não agüentaria viver com ela o resto da minha vida se ela fizer esses barulhos sempre. Será? Droga! As idéias estão pulando dos meus dedos, só tomarei conhecimento do que escrevi depois que parar e ler o texto. Acho que vou voltar para a cama, está convidativa. Mas talvez eu fique olhando até para ver quando ela vai acordar, saio antes que ela perceba e ficará tudo bem. Ela está se esticando na cama, são movimentos sedutores.........droga, vou para a cozinha !.......Não sei o motivo pelo qual escrevi isso....
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
O fim.

O cavalo andava vagaroso, altivo, parecia perceber a vitória que tivera, ele também fazia parte dela.Os olhos negros fitavam o horizonte que enegrecia, parecia anunciá-la para todos os cantos.Ela trazia consigo a dor, a coragem tremia diante dela, muitos acharam que eram mais fortes, mas eram tolos, todos são antes de enfrentá-la.
Os passos ficavam mais lentos, findavam. O suspense do silêncio tomava o ar ao redor dela.O pé descalço tocou o solo encharcado de sangue.Cada centímetro colorido pelos resquícios da guerra, corpos inertes, olhares vazios de morte ao céu.Ela não se importava, apenas tinha um trabalho a fazer.O vestido cobriu seus pés, caiu por sobre a terra rubra. Os cabelos escuros foram movidos por uma brisa de anunciação, fria, sem sentimento, vazia, as chamas pareciam brotar em meio os espaços dos fios. Séria, sem expressão, uma estátua com movimentos, andou em direção a ele, sim, ele não tinha nome, tinha apenas destino.A linha fina e frágil da vida humana ainda fluía dele para as mãos das fiandeiras.Inspirou o ar banhado a sangue e podridão de corpos em decomposição.Ergueu a mão com a espada, o metal nem ao menos reluzia, o sangue de outros ainda estavam cobrindo a frieza do material. Nenhum grito, nenhum suspiro, apenas o silêncio, até que a espada chegasse no novelo dele e findasse com o fio.Era o fim.O último, o final, o objetivo.Nada de bradar aos ventos a isso, não tinha que cantar seus feitos, era apenas trabalho.
Quanto a ele.
Ele acabara de ver a doce morte, sentir o metal acalentador de sofrimentos, ouvir o último suspiro.A negra imagem parou em meio aquele lugar, observou seus feitos, não sabia se deveria se orgulhar ou se deveria se rebelar, então apenas observou, viu a ela mesma em todos os cantos. Sentiu o sabor de ser o fim.